Já está em pauta no STF o julgamento dos mandantes do assassinato de Marielle Franco. O ato jurídico visa um número reduzido de indivíduos, mas nele há algo de tão abjeto que o transforma em fato social obscuro, ainda à espera de maior esclarecimento. A barbaridade não se limitou à execução da vereadora por assassinos profissionais, estendeu-se a uma onda de ódio posterior à sua morte. Até na lógica absurda de um "escritório do crime", não faziam sentido a execução nem o ódio por parte de quem desconhecia sua atuação na Câmara. O assassinato de Marielle não foi, portanto, acontecimento pontual, mas um crime continuado que se arrastou durante os quatro anos de atentados aos fundamentos da República.
Source: Folha de S.Paulo December 27, 2025 19:52 UTC