O Estado do bem-estar social, criado pela Constituição de 1988, consome tantos recursos quanto seus equivalentes em países desenvolvidos. Assim, é espantoso que alguns dos mais barulhentos defensores da manutenção do Estado do bem-estar social estejam igualmente na vanguarda da defesa do atual sistema previdenciário, que é deficitário porque estimula aposentadorias precoces e porque privilegia escandalosamente a elite do funcionalismo público. Assim, está mais do que evidente que uma reforma da Previdência, para ser efetiva, deve atacar essa distorção. A questão de fundo, portanto, é a própria viabilidade do Estado do bem-estar social tal como previsto na Constituição. Política social não pode ser resultado apenas de vontade; é preciso que sua implementação respeite a matemática, que costuma ser implacável com os imprevidentes.

Source: O Estado de S. Paulo January 14, 2018 06:56 UTC